terça-feira, 25 de dezembro de 2007


Eu até penso duas vezes se você quiser ficar

sábado, 22 de dezembro de 2007

Para Clarice


Olhos esses que não sentem o brilho que provoca o amor,calado e esculpido feito mármore,por traças e tramas de aço e luz,mão que toca o copo mas não sente o gelo que envolve toda cobertura frígida e estéril,boca que sente o prazer do beijo mas cala-te ao engolir,a seco,o uísque que derramaste sem cessar,lábios que não querem mais a ternura de palavras vãs mas sim,a virtude de palavras cruas,murchas.Precisei morrer para nascer,crescer pó para virar carne,crescer só para criar coragem,carma,câncer e cansar de caminhar sem me afogar nas próprias lágrimas,que em vão deixei cair,no percorrer do caminho.
Fiz-me assim,assustada e delirante,fraca e sem nenhum amante,carne crua estampada em osso,rosto fraco posto pro mundo,sem ilusão,sem fascinação depois que aprendeu o que é o sofrer.Ainda penso duas vezes se quiser ficar,mas se a noite te clarear,se acalme pois em mim tenho a saudade para me traduzir.

Nem tudo acabou




Quando nada acaba,cala-te a voz que sustenta sua altura,eleva-te até caíres num abismo sem fim,sem amor,sem dor,sem melancolia,sem insensatez...Um abismo de lágrimas e de salivas,um abismo tempo-perfeito,tempo passado,tempo imaginário,tempo imemorial,tempo frágil e simplesmente inesquecível.Como uma cicatriz,cuja a qual não arde,não espeta,não sangra,não fecunda,não te suga,cicatriz essa sinalizada,imortalizada,cicatrizada em um único coração.
Adeus Levianos